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No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado nesta terça-feira (02/04), a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) alerta para a importância do diagnóstico e do tratamento e cuidados adequados a esse público.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), conforme o termo técnico oficial, é caracterizado por alterações neurológicas que afetam a interação social, a comunicação (verbal e não verbal), o comportamento e os interesses, com uma prevalência maior no sexo masculino.
Sua gravidade varia entre três níveis: no Nível 1, há necessidade de suporte com comportamentos repetitivos e diminuição do interesse em relações sociais; no Nível 2, há déficits mais graves na comunicação e desconforto diante de mudanças na rotina; no Nível 3, há necessidade de suporte intenso, com comprometimento na linguagem e na interação social, além de interesses restritos.
A diretora e psicóloga do Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caic) José Contente, Helione Pontes, destaca que o diagnóstico diferencial representa um dos principais desafios clínicos, atualmente.
“O diagnóstico é realizado clinicamente por uma equipe multiprofissional, que conduz uma avaliação abrangente, com uma escuta qualificada conduzida por especialistas, seguindo critérios clínicos e níveis de funcionalidade para uma intervenção mais eficaz, com foco nas habilidades e na gravidade dos sintomas”, enfatiza a psicóloga.
A especialista afirma, também, que ainda não é possível identificar o autismo no pré-natal, pois não é uma doença, é uma condição que abrange diversos desafios que influenciam no desenvolvimento neurológico, comportamento e comunicação.
Tratamento
“Uma avaliação multidisciplinar abrangente, tanto pediátrica quanto clínica, é essencial para realizar um diagnóstico diferencial e identificar comorbidades, investigando possíveis associações com Deficiência Intelectual, Síndrome de Asperger, Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e outros”, destaca Helione.
Além disso, é importante, segundo ela, adotar uma abordagem terapêutica eficaz. “Isso inclui a elaboração de um Projeto Terapêutico Individual (PTI) em colaboração com a escola, visando ao Plano Educacional Individualizado (PEI). Este plano é para orientar o processo de aprendizagem e desenvolvimento de estudantes com deficiência, TEA e altas habilidades/superdotação, considerando as necessidades individuais de cada um”, observa.
De acordo com a psicóloga, esse processo terapêutico, pode envolver Terapia Ocupacional, Fisioterapia, psicomotricidade, terapia fonoaudiológica, tratamento medicamentoso e psicoeducação. “É importante destacar que o apoio à família tem um papel também fundamental no sucesso do tratamento, proporcionando orientação e suporte psicológico aos pais e cuidadores, além de capacitá-los para desempenhar um papel ativo durante o processo”, afirma a psicóloga.
A secretária estadual de Saúde, Nayara Maksoud, destaca que a SES oferece diversos serviços para pessoas com autismo, visando proporcionar um atendimento completo e especializado. Os pacientes dão entrada pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e são encaminhados ao tratamento via Sistema de Regulação (SisReg).
Confira as unidades da rede estadual de saúde que realizam tratamento das pessoas encaminhadas pelo Sisreg:
Centros de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (CAIC + Especialidades) – unidades ambulatoriais que atendem pessoas de 0 a 17 anos 11 meses e 29 dias.
Dentre os serviços oferecidos estão: pediatria, gastroenterologia, endocrinologia, neurologia, ortopedia e psiquiatria.
Centros Especializados em Reabilitação (CER) – possuem atendimentos especializados para Pessoas com Deficiência (PcD). Realizam procedimentos de reabilitação auditiva, física, intelectual e visual.
Os serviços oferecidos pelo CER são: pediatria, gastroenterologia, endocrinologia, neurologia, ortopedia, nutrologia e psiquiatria.
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