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Defesa Civil reforça apoio à cidade de Xapuri após nível do rio chegar a 15,91 metros

Com o aumento do nível do Rio Acre, em Xapuri, a Defesa Civil reforça o apoio à prefeitura da cidade. O manancial chegou a 15,91 metros, 2,51 metro...

28/02/2024 21h54
Por: Redação Fonte: Secom Acre
Foto: Reprodução/Secom Acre
Foto: Reprodução/Secom Acre

Com o aumento do nível do Rio Acre, em Xapuri, a Defesa Civil reforça o apoio à prefeitura da cidade. O manancial chegou a 15,91 metros, 2,51 metros acima da cota de transbordamento, que é 13,40 metros.

O serviço público foi impactado, pois muitos prédios estão alagados. A casa do líder seringueiro, Chico Mendes, que foi reaberta em 10 de novembro do ano passado, também está encoberta pelas águas. O imóvel ficou fechado por mais de 5 anos após ter sido atingido pela cheia do rio em 2015.

Águas do Rio Acre avançam em Xapuri, no interior do Acre. Foto: José Caminha/Secom
Águas do Rio Acre avançam em Xapuri, no interior do Acre. Foto: José Caminha/Secom

Segundo o prefeito da cidade, Bira Vasconcelos, há 180 famílias desalojadas e desabrigadas. Um dos abrigos funciona no Instituto Federal do Acre (Ifac).

“Já registramos 30 centímetros a mais do que na cheia passada. Estamos com cinco abrigos funcionando, três maiores e dois pequenos, inclusive um no bairro Sibéria para não causar problemas na travessia”, contou.

Além de contar com o apoio do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Polícia Militar, a prefeitura destacou que tem muitos voluntários. A sala de situação, que funcionava no batalhão da PM, foi invadida pelas águas. Os atendimentos da OCA também estão suspensos porque o prédio também foi atingido.

OCA em Xapuri é invadida pelas águas do Rio Acre. Foto: José Caminha/Secom
OCA em Xapuri é invadida pelas águas do Rio Acre. Foto: José Caminha/Secom

Os serviços estão prejudicados, o hospital foi transferido de local da sua sede para o prédio da Universidade Federal do Acre (Ufac), a OCA parou seus serviços e o Banco do Brasil também. Nossa expectativa é que o rio não chegue a 18,30 metros como em 2015, mas a previsão técnica é que cheguemos a 17 metros”, disse.

O gestor municipal destacou a importância do apoio do governo do Estado às cidades que passam por um momento delicado.

“Nós já fizemos toda a parte da burocracia, decretamos emergência, também aproveitando o decreto estadual dos 16 municípios mais a capital, fizemos diretamente intervenções junto ao Ministério de Desenvolvimento Regional e para o Exército nos ajude, principalmente onde nossos caminhões não estão chegando. Quanto a esse apoio do Estado, é muito importante, porque as prefeituras realmente não suportam uma emergência como essa, nem no campo financeiro, nem no campo da logística. Não temos o equipamento necessário para atender a uma demanda desse tamanho. A gente agradece”, reforçou.

O coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Carlos Batista, esteve visitando as instalações dos abrigos e acompanhando de perto a situação do município.

Na cidade, 1.560 clientes tiveram a energia desligada pela Energisa por medida de segurança.

“Nós estamos com uma estrutura muito forte, com a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e secretarias de Saúde e Assistência Social junto com outras instituições. Esse apoio vai continuar, a Defesa Estadual está dando apoio técnico no sentido das orientações. O governo do Estado decretou situação de emergência, que foi reconhecida de forma sumária para agilizar esse processo de solicitação de recursos complementares”, explicou.

Coordenador da Defesa Civil Estadual esteve em Xapuri para acompanhar ações de perto. Foto: José Caminha/Secom
Coordenador da Defesa Civil Estadual esteve em Xapuri para acompanhar ações de perto. Foto: José Caminha/Secom

Ajuda nacional

Enquanto a Prefeitura de Xapuri faz os relatórios, a Defesa Civil faz a orientação técnica. O coordenador confirmou que ainda nesta quarta-feira, 28, agentes da Defesa Civil Nacional devem chegar ao estado para reforçar essas ações.

“Os fenômenos de desastres geralmente são três solicitações de recursos ao governo federal após o reconhecimento. Para a ação humanitária, essa ação de assistência com cestas básicas de limpeza e outros insumos. E também, em seguida, quando as águas baixam, tem o plano de resposta de restabelecimento, que é para fazer limpeza de ruas, reformar algumas casas, algumas coisas desse tipo, para voltar à normalidade daqueles bairros que foram atingidos para que essas pessoas retornem para as suas casas. E tem um outro processo mais à frente, que é chamado de processo de reconstrução, que é aquelas estruturas que foram identificadas, como pontes, escolas, estruturas que caíram. E, para isso, precisa desse apoio técnico, tanto do Estado como dos agentes da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, para facilitar esses trâmites, até de reconhecimento, sem muitos vícios, e se tiver algum, facilita com essas equipes aqui para fazer essas análises”, pontua.

Cidade tem cinco abrigos para atender população atingida. Foto: José Caminha/Secom
Cidade tem cinco abrigos para atender população atingida. Foto: José Caminha/Secom

População nos abrigos

As águas chegaram rápido na casa do produtor José Evani Barroso. Nesta quarta-feira, 28, ele foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros e levado ao abrigo montado no Ifac. Ele conta que conseguiu tirar algumas coisas, mas perdeu grande parte dos móveis.

“À tarde a água estava lá embaixo, quando foi 4h da manhã de hoje os porcos que crio já estavam nadando, a água estava nos peitos”, contou.

No box, algumas roupas, um colchão e uma tanque de lavar roupas mostram o pouco que ele conseguiu tirar de dentro de casa. No olhar, incerteza de como vai recomeçar.

José Jevani perdeu quase tudo. Foto: José Caminha/Secom
José Jevani perdeu quase tudo. Foto: José Caminha/Secom

“Com a água subindo, fiquei em casa mesmo assim, enquanto a vizinha ligava para os bombeiros. Eu estava com muito medo, mas os bombeiros conseguiram me tirar. Tirei algumas coisas, mas freezer, geladeira, cama, fogão, não presta mais nada”, revela ao apontar para o único colchão que conseguiu salvar.

A autônoma Ekeziane Silva mora na Rua Bolívia, bairro Goiaba. Ela foi para o abrigo com o marido e o filho, de apenas 1 ano.

“Lá a água já estava cobrindo o assoalho. Na minha casa, eu consegui tirar as roupas, mas os outros móveis continuam lá. Ano passado, o rio encheu, mas não chegou totalmente na minha casa. Este ano, parece que está mais forte. Não conseguir tirar tudo porque o congestionamento para atravessar também está grande.”

Em todas as cidades atingidas, o governo tem reforçado as equipes de apoio. Nesta quarta, o governador esteve na cidade de Brasileia, onde a situação está mais crítica ao registrar a maior cheia histórica ao chegar a 15,56 metros.

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