Sexta, 22 de Novembro de 2024 09:22
69 9379-1212
Justiça Direitos

Ações do governo do Estado beneficiam crianças com transtorno do Espectro Autista

“A gente não enxerga o autismo só em olhar e acaba achando que a criança não tem nada. Que é uma criança dita ‘normal’, mas ela precisa...

22/02/2024 18h26
Por: Redação Fonte: Secom Acre
Foto: Reprodução/Secom Acre
Foto: Reprodução/Secom Acre

“A gente não enxerga o autismo só em olhar e acaba achando que a criança não tem nada. Que é uma criança dita ‘normal’, mas ela precisa do documento que dá direitos e a possibilidade dela exercer esses direitos”, destacou a psicopedagoga e coordenadora do Espaço Cultural da Calma, Eloilma Lima, ao expressar a importância da Carteira Estadual da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (e-Ceptea).

Psicopedagoga e coordenadora do Espaço Cultural da Calma, Eloilma Lima, conseguiu tirar a e-Ceptea de seu filho na ação. Foto: Felipe Freire/Secom
Psicopedagoga e coordenadora do Espaço Cultural da Calma, Eloilma Lima, conseguiu tirar a e-Ceptea de seu filho na ação. Foto: Felipe Freire/Secom

Na última segunda e terça-feira, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), em parceria com o Ministério Público do Acre (MPAC), realizou uma ação,no Via Verde Shopping, em Rio Branco, voltada para o público infantil com autismo.

Na ocasião, foram emitidas e-Ceptea, a carteira de identidade, realizada pelo Instituto de Identificação da Polícia Civil do Acre (PCAC), e o preenchimento do Formulário do Diagnóstico de Quantitativo de Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Espaço Cultural da Calma e a importância da e-Ceptea

Eloilma Lima, “mãe atípica” – termo usado para descrever mães de crianças autistas ou com alguma deficiência -, estava acompanhada de seu filho Eliseu, de 7 anos, e conseguiu por meio da ação tirar a e-Ceptea dele. “Eliseu já tem a carteirinha municipal, e devido a várias situações, eu não tinha conseguido tirar a estadual até hoje, mas como a ação está ocorrendo aqui no shopping, eu disse: ‘vou tentar novamente’, e dessa vez eu consegui”, afirmou.

Eloilma Lima, “mãe atípica”, acompanhada do filho, Eliseu. Foto: Felipe Freire/Secom
Eloilma Lima, “mãe atípica”, acompanhada do filho, Eliseu. Foto: Felipe Freire/Secom

Como coordenadora doEspaço Cultural da Calma, a psicopedagoga ressalta a importância de lugares, e também de ações, voltadas para o público com TEA, para que sejam realizadas em locais de grande circulação.

Espaço é adaptado para ser um lugar seguro e adequado em momentos de desregulação sensorial ou emocional. Foto: Diego Gurgel/Secom
Espaço é adaptado para ser um lugar seguro e adequado em momentos de desregulação sensorial ou emocional. Foto: Diego Gurgel/Secom

“Sempre escuto outras mães falarem que não saem com seus filhos, pois eles podem ter crises, gritar, chorar. Então, para não acontecer, acabam não saindo e não dando a ele o direito do convívio com a sociedade; mas, graças a Deus, a comunidade e o governo têm tido essa sensibilidade de abrir espaços e promover inclusão, pois inclusão é quando a mãe sai de casa e traz uma criança, ou até mesmo a pessoa adulta, para um lugar como o Espaço [Cultural da Calma]”, salienta.

Carteira estadual da pessoa com TEA assegura uma série de benefícios e direitos, além do fator de identificação. Foto: Felipe Freire/Secom
Carteira estadual da pessoa com TEA assegura uma série de benefícios e direitos, além do fator de identificação. Foto: Felipe Freire/Secom

Concluindo, Eloilma Lima destaca que o Espaço Cultural da Calma e a ação de parceria do governo com o MP ter sido realizada no shopping, abraça não somente as famílias de classe média, mas também aquelas mais carentes: “Justamente por serem no shopping, outras famílias podem ser contempladas, porque agora existem espaços onde eles podem vir tentar se reabilitar. Dessa forma, realmente todos podem ganhar”.

TEA – Eles não estão sós

Ação aconteceu no espaço da Faculdade Unama, no Via Verde Shopping, em Rio Branco. Foto: Luan Martins/Sesacre
Ação aconteceu no espaço da Faculdade Unama, no Via Verde Shopping, em Rio Branco. Foto: Luan Martins/Sesacre

A procuradora de Justiça Gilcely Evangelista, que é coordenadora do Grupo de Trabalho na Defesa das Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (GT-TEA) e do projeto “TEA – Eles não estão sós”, destaca que o objetivo do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) com o formulário é realizar, em todo o estado, um diagnóstico para identificar e conhecer o nível de implementação de políticas de saúde, de educação e de assistência social voltadas para pessoas com o transtorno do espectro autista em todo o estado.

Procuradora de Justiça Gilcely Evangelista, que é coordenadora do Grupo de Trabalho na Defesa das Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (GT-TEA) e do projeto “TEA – Eles não estão sós”. Foto: Felipe Freire/Secom
Procuradora de Justiça Gilcely Evangelista, que é coordenadora do Grupo de Trabalho na Defesa das Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (GT-TEA) e do projeto “TEA – Eles não estão sós”. Foto: Felipe Freire/Secom

“Com o formulário, vemos quantos autistas temos em cada município, dando uma estimativa quantitativa e qualitativa. Então, é importante o preenchimento desse documento para que possamos, junto ao governo do Estado e à sociedade civil, fazer a implementação das políticas públicas voltadas à população autista”, afirmou a procuradora.

100 carteiras foram emitidas pela PCAC

O perito grafotécnico Augusto Maia aproveitou a oportunidade da ação e levou seu filho para tirar a carteira de identidade. O Instituto de Identificação da Polícia Civil estava com um espaço preparado para receber os jovens autistas e atendê-los com todo cuidado. Ao todo, 100 carteiras foram emitidas, primeira e segunda via, de forma totalmente gratuita.

Perito grafotécnico, Augusto Maia, aproveitou a oportunidade da ação e levou seu filho para tirar a carteira de identidade. Foto: Felipe Freire/Secom
Perito grafotécnico, Augusto Maia, aproveitou a oportunidade da ação e levou seu filho para tirar a carteira de identidade. Foto: Felipe Freire/Secom

O perito se mostrou contente com a ação: “Eu achei uma boa iniciativa, porque é como eles falam: ‘Eles não estão sós’. Meu filho mesmo é superdotado, mas é um garoto que precisa de atendimento especial, assim como os outros. Então, é gratificante estarmos aqui participando”.

Para tirar a e-Ceptea

Indivíduos habilitados a solicitar ae-Cepteaincluem o próprio titular, procuradores legais e responsáveis, como pais e mães. Para dar entrada no processo, os requerentes precisam atender a determinados requisitos, os quais variam conforme o status da pessoa:

Para pessoa física (titular):

 – Apresentação de carteira de identidade, carteira de habilitação ou carteira de identidade profissional (ex.: CREA, CRM, OAB), original ou cópia simples;

 – Informação do número do CPF;

 – Indicação do endereço residencial com CEP;

 – Fornecimento de telefone para contato;

 – Fornecimento de endereço de e-mail.

Para procurador:

 – Apresentação de carteira de identidade ou carteira de habilitação, original ou cópia simples.

Os documentos necessários para a realização do serviço incluem:

 1. Laudo médico que ateste o TEA, com identificação profissional e código CID.

 2. Documento de identificação.

 3. Comprovante de endereço.

 4. Tipagem sanguínea.

 5. Fotografia no formato 3×4.

A expectativa é que o processo de solicitação seja concluído em cerca de 15 minutos. Após a obtenção da carteira digital, ela estará disponível no site oficial do governo do Acre (https://www.ac.gov.br/), onde pode ser acessada e impressa pelo beneficiário. Além disso, a retirada presencial pode ser feita na Organização em Centros de Atendimento (OCA).

Nenhum comentário
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
Ele1 - Criar site de notícias