A campanha do Janeiro Branco chega ao fim nesta quarta-feira, 31, mas os cuidados com a saúde mental devem permanecer durante todo o ano. Por isso, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) abriu uma caixinha de perguntas em sua conta oficial no Instagram, @sesacre, para listar as principais dúvidas da população sobre o assunto.
O janeiro Branco é uma campanha nascida no Brasil, com o objetivo de falar abertamente sobre a Saúde Mental. A psiquiatra Caroline Formiga, que atua no Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac), concedeu entrevista e, na oportunidade, respondeu as perguntas dos internautas.
– Sim, fluoxetina é um antidepressivo que é indicado no tratamento da depressão, mas lembrando que a gente não pode se automedicar baseado em informações de terceiros. Se você acha que está em um quadro de depressão, procure o atendimento médico, que o especialista vai prescrever a melhor medicação.
– Sim. Nós temos psicólogos aqui, no Hospital de Saúde Mental do Acre, o Hosmac, temos os Caps [Centro de Atenção Psicossocial], o Caps II Samaúma e Caps AD, e temos em algumas Uraps [unidades de referência em atenção primária]. No Pronto-Socorro de Rio Branco, dispomos de leitos de saúde mental e também temos psicólogos.
– Bom, você pode procurar, a princípio, uma unidade básica de saúde, ou uma unidade de referência, uma Urap, e passar pelo atendimento com o clínico. Esse, vendo a necessidade, dará o encaminhamento para o psicólogo ou psiquiatra. O agendamento é feito via regulação, pelo Sisreg [Sistema de Regulação], na própria unidade, aqui no Hosmac, ou nos Caps.
– O psiquiatra fez medicina e depois fez a especialização em psiquiatria. É uma especialidade médica, portanto vai te atender e vai prescrever medicação, na maioria das vezes, conforme a necessidade, e vai fechar o seu diagnóstico. Já a psicologia é uma outra faculdade, na qual o psicólogo vai fazer a psicoterapia, que também é importantíssima no tratamento dos transtornos mentais. O melhor tratamento é a combinação da psicoterapia com o psicólogo e o acompanhamento médico com o psiquiatra.
– Vou dar alguns sinais de alerta. Por exemplo, palpitação (coração começa a acelerar), tremores, sudorese (mãos e pés suam, as extremidades frias), as vezes dá uma leve tontura, tem pacientes que sentem como dor gastrointestinal (azia, queimação, pode dar uma diarreia, ou pode prender ir ao banheiro). Ao sentir isso, o paciente deve procurar assistência médica, para ver se não é uma doença orgânica, ou se é uma doença como a ansiedade.
– No Hosmac, fazemos os atendimentos pelo SUS. Temos os ambulatórios de psiquiatria, os serviços de psicologia, temos a emergência psiquiátrica para aqueles pacientes em crise e as internações psiquiátricas, quando necessário. Temos, também, as enfermarias e o serviço de odontologia, que é exclusivo para os pacientes aqui tratados.
– A depressão tem como dois grandes sintomas, a tristeza que a pessoa sente na maior parte do tempo. A pessoa depressiva está com humor rebaixado a maior parte do dia, durante vários dias, independentemente de ter passado alguma coisa que a deixe naquele estado. Outro sintoma é a anedonia, que é a perda do interesse ou do prazer nas atividades que antes a pessoa tinha prazer. Além disso, vão ver os sintomas, tipo: alteração do apetite, alteração do sono, irritabilidade. Então, são várias coisas que demonstram que a pessoa está se abandonando e pode chegar até um caso mais grave, com ideações suicidas e tentativas de suicídio.
– Quando alguém próximo a você está num quadro depressivo, você tem que compreender que esses sintomas como o do isolamento, por exemplo, impedem que a pessoa tenha a mesma empolgação de antes. Então, tudo aquilo que eu falei sobre os sintomas da depressão, as pessoas que estão perto de alguém com a doença precisam compreender. E ao mesmo tempo você tem que colaborar com a pessoa, no sentido de ela enxergar o adoecimento.
– Achei essa pergunta ótima. Calma, antidepressivo não causa dependência. A pessoa vai tomar o antidepressivo e, quando for o momento de diminuir ou parar, o médico vai fazer o desmame e ela vai conseguir parar o medicamento. Os que causam dependência são outros, com os antidepressivos você não precisa ter esse medo.
– Quando vermos alguém em crise, temos que dar aquele conforto, garantir que as coisas vão ficar bem, que as coisas vão melhorar, mas enfatizar que ela precisa, sim, buscar ajuda, seja um atendimento psicológico ou psiquiátrico. Então, o melhor que você faz é não diminuir a dor daquela pessoa, afinal, depressão e ansiedade são doenças. A pessoa não está assim porque quer.
– Bom, primeiro que esse termo “doido” já não faz nem sentido. É um termo altamente pejorativo. Segundo, que o psiquiatra trata de várias doenças como ansiedade, depressão, insônia, síndrome do pânico e, sim, esquizofrenia, um transtorno bipolar, transtorno de personalidade. Você buscar ajuda psiquiátrica, não significa que você é doido. E ainda mais, o que que importa o que os outros vão dizer? Se você está sofrendo, busque ajuda, não se paute nem se prive de um atendimento.
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