Em Cruzeiro do Sul e em Brasileia, o governo do Acre, por meio dos Centros Especializados de Atendimento à Mulher (Ceam), de responsabilidade da Secretaria de Estado da Mulher, também realiza atividades alusivas à Semana da Visibilidade Trans. Na segunda-feira, 29, simultaneamente ao lançamento da cartilha “Sou A Travesti, Existo”, em Rio Branco, uma ação no mesmo sentido foi realizada nos dois municípios. O objetivo principal segue como o de promover políticas públicas de autonomia econômica e ações de conscientização quanto às mulheres transexuais e travestis do Estado.
Em Cruzeiro do Sul, o evento ocorreu na sede da Associação Elas Existem, e o evento contou com a participação de mulheres trans, travestis e lésbicas, além de coordenadores e representantes de instituições públicas locais. De acordo com a coordenadora do Centro Especializado de Atendimento à Mulher do Juruá (Ceamju), Genilsa Silva, realizar ações como estas ainda se demonstra um desafio, tendo em vista que, historicamente, a população trans tem os direitos negados e inviabilizados.
“Mesmo assim, foi um momento de fortalecimento e reflexão sobre as políticas públicas para esta população em específico. Tivemos um momento muito especial, com o relato de uma mulher travesti, que uniu a todos e mostrou um pouco sobre a vivência delas”, refletiu Silva.
A travesti em questão era Hillary Hills, que comentou em carta aberta aos participantes sua trajetória desde o início da transição aos inúmeros cenários de abandono. “Infelizmente, ainda é difícil dialogar sobre a nossa existência, e isso inicia no nosso lar, com nossa família, quando nos expulsam de casa. Nas instituições, que deveriam assegurar nossos direitos, muitas vezes somos caladas; o mercado de trabalho formal nos apaga. O que sobra é entrar na prostituição, que ao mesmo tempo que nos abraça, nos mata”, comentou, emocionada.
Em Brasileia, o Centro Especializado de Atendimento à Mulher em Situação de Violência do Alto Acre (Ceamaa) também lançou a cartilha “Sou A Travesti, Existo”, no auditório da sede do Ceamaa. Na ocasião, estiveram presentes representantes dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), do Conselho Municipal de Saúde, da Secretaria de Estado de Governo e de mulheres transexuais.
Até o dia 31, as equipes dos Ceam no interior realizarão a panfletagem com as Lei federal nº7.716/89 e ADO [Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão] e a Estadual nº 4.158/23, que dispõem sobre os crimes de racismo, homofobia e transfobia.
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