O Museu das Culturas Indígenas, na zona oeste da capital paulista, celebrou o Dia das Crianças, nesta quinta-feira (12), oferecendo a oportunidade de conhecer brincadeiras tradicionais guarani mbya.
Pela manhã, as atividades começaram no pátio, em frente ao prédio onde funciona o museu. Porém, devido à chuva, a programação foi transferida para o espaço conhecido como Sala da Jiboia, que tem um grande pufe em formato de cobra.
O educador Juscelino Peralta explica que tentou trazer brincadeiras que fogem ao cotidiano das crianças da cidade. Entre as propostas estava o tiro ao alvo com arco e flecha. O indígena explica que nas comunidades, essa brincadeira é uma forma de preparação para as atividades da vida adulta. “Para ele ter a visão e a mira de como se faz com o arco e flecha”, destacou.
Também fez sucesso com as crianças a brincadeira de arrancar mandioca. Um dos participantes se segura em algo firme, como um tronco de árvore, sentado no chão. Então, os seguintes, também sentados, fazem uma fila em que se seguram pela cintura. O objetivo é que o “dono da roça” consiga arrancar todos os participantes da posição.
Essa brincadeira também se relaciona diretamente com as atividades cotidianas dos guaranis. “Tem que ter força, porque a mandioca, quando a gente vai na roça, a gente sofre para arrancar”, conta.
Para o educador, momentos como esses são importantes para combater preconceitos em relação aos povos indígenas. “É uma oportunidade para que a gente traga nossa cultura para pessoas de fora, que não conhecem, né? Que não sabem que existem povos indígenas em São Paulo. Porque, hoje em dia, tem pessoas que falam que os indígenas já não são mais indígenas porque usam celular, porque andam de tênis, porque têm roupas. Mas mesmo assim a gente ainda fortalece a nossa cultura, a nossa tradição, os nossos cânticos, danças e brincadeiras tradicionais”.
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