Crianças e adolescentes com diabetes tipo 1 passaram um dia de lazer no Clube da Saúde, localizado no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). O Dia Azul – Encontro Educativo Recreativo em Diabetes, realizado nessa quinta-feira (5), contou com a participação de 300 pacientes atendidos pela rede da Secretaria de Saúde (SES-DF).
A iniciativa é do Programa de Diabetes da Unidade de Endocrinologia do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), que, há 30 anos, organiza, no mês de outubro, um evento educativo sobre tratamento e com atividades esportivas e recreativas. O objetivo é aumentar a integração entre as equipes médicas, as famílias e os pacientes.
Este ano, com o apoio da Sociedade Brasileira de Diabetes-Regional (SBD-DF) e do Instituto Diabetes Brasil (IDB), a ação foi ampliada a crianças e adolescentes de todos os Centros de Diabetes de Brasília. Além do HRT, participaram também o Hospital Universitário de Brasília (HUB), o Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão Arterial (Cedoh), o Hospital da Criança de Brasília (HCB), o Hospital Regional do Guará (HRGu) e o Hospital da Região Leste (HRL).
Integração
Na programação, pula-pula, futebol de salão, piscina, lanches saudáveis, quiz educativo, brinquedos infláveis e presentes. Ao todo, 650 pessoas participaram da ação, que contou ainda com a presença de endocrinologistas, nutricionistas, psicólogos, enfermeiros e familiares dos pacientes.
O pequeno Arthur Augusto do Amaral Carvalho, 7 anos, participou da iniciativa pela segunda vez. “É bem divertido. Brinco com outras crianças e gosto do quiz e dos prêmios. Também gostei muito da piscina e dos lanches”, relatou.
A mãe dele, Daniele Lopes do Amaral, 36 anos, publicitária e moradora de Águas Claras, contou que também é diabética tipo 1 e que o diagnóstico do filho foi descoberto quando ele tinha apenas 4 anos. “Recebi grande ajuda dos profissionais do HRT. Esse evento é muito importante, porque conseguimos perceber que existem outras pessoas com a mesma situação a qual ele vivencia todos os dias. É um carinho muito grande e a gente se sente acolhido”, elogiou. “É essencial para a criança entender que pode fazer de tudo, sem limitações, só que com um cuidado a mais”, complementou.
O diabetes tipo 1 é uma doença crônica não transmissível, hereditária e que aparece geralmente na infância ou na adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos. A recomendação é que pessoas com parentes próximos que têm ou tiveram a doença façam exames regularmente e acompanhem a glicose no sangue. O tratamento exige o uso diário de insulina e/ou outros medicamentos.
A endocrinologista pediatra do HRT Roberta Kelly Menezes Maciel Falleiros, também presidente da SBD-DF, destacou que, além da recreação, o Dia Azul promove a educação sobre o diabetes. “Mostramos como se faz a contagem de carboidratos, fazemos dinâmica com perguntas sobre a doença e muito mais”, disse.
“O evento é feito exclusivamente por meio de doações. A maioria das crianças tem um poder aquisitivo de baixa e média renda. São pacientes atendidos na rede pública. Então, eles esperam o evento o ano inteiro.”
Presidente e fundadora do IDB, Jaqueline Corrêa também é mãe de uma criança com a doença e ressaltou a necessidade de interação atrelada à educação. “A condição da pessoa que tem diabetes é irreversível e ela precisa conviver com a questão da educação. Isso permite que as crianças tenham acesso, saibam se cuidar e desenvolvam uma maior qualidade de vida”, pontuou.
O DF é, segundo Falleiros, pioneiro na dispensação de dispositivos de tecnologia no tratamento de diabetes. “Trata-se de insulinas melhores, assim como o libre, que é o sensor que mede a glicose, além da bomba de insulina”, reforçou.
Dia Azul
A ação começou há 32 anos, por iniciativa da pediatra aposentada Temis Barreto da Costa Araújo, que, à época, atendia no HRT. “Passei a cuidar dos diabéticos após ter feito meu primeiro diagnóstico em uma criança de 4 anos. Sempre gostei do lado social, nunca fiz clínica particular. É legal ver que ano após ano o Dia Azul continua a existir”, comemorou.
O atendimento à pessoa com diabetes deve iniciar pela unidade básica de saúde (UBS) de referência . Para o diabetes tipo 1, os pacientes são encaminhados prioritariamente ao endocrinologista do ambulatório de referência da região e é garantida toda a assistência na UBS para entrega dos insumos (tiras reagentes, lancetas, agulhas para canetas ou seringas).
*Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal
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