O espetacular é real. Como em um enredo de novela, o Hospital Regional de Ceilândia (HRC) foi cenário para a história das irmãs gêmeas Keilla e Kelly de Sousa Martins, de 37 anos. Sem combinar, elas ficaram grávidas no mesmo período, com apenas uma semana de diferença, e deram à luz no mesmo dia, em 8 de setembro. As irmãs – que também nasceram no HRC – superaram gestações de risco, com acompanhamento na rede pública do Distrito Federal.
“É uma história inacreditável e inédita no hospital. Um final feliz, após um aborto, com um bebê arco-íris que veio renovar o casal e dar um novo colorido nesta fase. É bonito demais ver a união deles”Camila Feitosa, técnica de enfermagem
Depois de passar por uma tentativa com aborto espontâneo, Keilla teve Isaque às 7h34 da última sexta-feira. Horas depois, às 14h04, Kelly tornou-se mãe de Laís, terceira filha dela. Como não é todo dia que tantas coincidências acontecem em uma maternidade, a notícia se espalhou pela unidade de saúde e muitos foram conhecer a família.
“Aos poucos fomos percebendo o movimento das pessoas, parecíamos celebridades”, diverte-se Keilla. As irmãs ficaram juntas na preparação do parto até o momento em que foram encaminhadas ao centro obstétrico. “Quando a filha da Kelly nasceu, levaram para eu conhecer. Só não ficamos no mesmo quarto. Era muita informação parecida, inclusive na fisionomia”, conta.
A técnica de enfermagem Camila Feitosa, que trabalha no HRC há 10 anos, foi quem recebeu as pacientes na maternidade. “É uma história inacreditável e inédita no hospital. Um final feliz, após um aborto, com um bebê arco-íris que veio renovar o casal e dar um novo colorido nesta fase. É bonito demais ver a união deles.”
Pré-natal
Acompanhadas pela Unidade Básica de Saúde (UBS) 16 do Sol Nascente e ainda na Policlínica I de Ceilândia, as gêmeas enfrentaram desafios nas gestações. Kelly, que já era mãe de Lucas, de 18 anos, e Lorrany, de 6 anos, teve diabetes gestacional, enquanto a irmã precisou lidar com descolamento de placenta e sangramento no primeiro trimestre da gestação.
Assustada após o aborto que sofreu em 2018, Keilla achou que pudesse ter problemas para engravidar, o que foi descartado por exames. “Todo mês, era uma expectativa enorme e sempre com aquele medo de um possível aborto. Meu ciclo é muito regular, em dezembro atrasou, fiz o teste e deu positivo”, recorda.
Nesse momento, a irmã Kelly, que não havia planejado, já sabia que estava grávida, mas guardava segredo, na torcida para que o sonho de Keilla se concretizasse. “Quando contei, ela ficou aliviada. Nos abraçamos emocionadas porque, quando tínhamos 15 anos, imaginávamos esse cenário, já que sempre fazíamos tudo juntas. É uma jornada de fé, de milagre que passamos juntas. Uma companheira na vida e na maternidade. Meu braço direito.”
Kelly e a filha Laís já receberam alta hospitalar. No momento, Keyla e Isaque aguardam o resultado de novos exames, pois o bebê teve icterícia, um problema comum em recém-nascidos, caracterizada pela coloração amarelada da pele, olhos e mucosa. O tratamento, se necessário, é feito com fototerapia.
*Com informações da SES-DF
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