Foto: Ygson França/Sejusc
“Desde criança eu sempre ouvia dos familiares que meu cabelo era ruim, que parecia de bombril”. A frase é da estudante Paloma Araújo, de 17 anos, mas também reflete a realidade de muitas pessoas. Ela foi uma dos mais de 200 estudantes que assistiram à palestra “Ecoando vozes negras”, da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), que está com uma programação intensa de conscientização sobre o racismo.
Na ação, realizada na Escola Estadual Ângelo Ramazzotti, na zona sul de Manaus, a equipe da Sejusc abordou a história e desafios do racismo e da identidade preta na sociedade e em escolas públicas. A atividade integra o conjunto de ações educativas, de arte e cultura da programação do “Mês da Consciência Negra” da secretaria.
Para Paloma, a palestra relembrou os comentários que recebia quando criança e a fez expor como foi importante a sua transição capilar em 2022, uma vez que mostrou para sua família o racismo estrutural que sofreu e como isso impactou na sua vida.
Foto: Ygson França/Sejusc
“Já fizeram vários comentários sobre meu cabelo, como ‘ele é feio, ressecado, cabelo sujo’, e eu ficava chateada, então me incentivaram a alisar. Mas eu sentia que algo estava faltando, como se a minha personalidade toda tivesse ido embora, então, em 2022 eu resolvi deixar bem afro, bem grande, bonito do jeitinho que eu gosto”, relembrou a estudante.
Emocionada, ela ainda enfatizou a importância de falar sobre o tema na escola, pois após a mudança e o debate em casa, ela conseguiu o apoio familiar para se sentir bonita do jeito que é.
“Quando eu decidi mudar minha mãe entendeu meus motivos, eu fui a única da família a assumir os cachos e ela falou ‘Você teve a coragem que eu não tive’ e me deu esse apoio. Hoje, ela percebe quando não está do jeito que eu gosto e me ajuda com meu cabelo”, reforçou Paloma.
Foto: Ygson França/Sejusc
Programação
Organizada pela Gerência de Promoção da Igualdade Racial e Respeito à Diversidade Religiosa (GPIR), em parceria com Organizações da Sociedade Civil (OSCs), as ações do “Mês da Consciência Negra” irão sensibilizar e reforçar as políticas públicas em combate ao racismo na sociedade.
De acordo com o gerente da GPIR, Miguel Amorim, serão realizados uma série de eventos educativos, de cultura e arte preta em pontos da capital.
“Além das palestras, também iremos realizar eventos em alusão a esta data tão importante para o movimento negro, como a Feira do Empreendedor, Feira no Quilombo Urbano de São Benedito, uma caminhada na Ponta Negra, roda de samba formada por mulheres. É importante convidar todo o público em geral para participar dessas ações”, ressaltou Miguel.
Foto: Ygson França/Sejusc
Atividades
11 a 14 de novembro – Ação cultural na Escola Estadual Marcantonio Vilaça I, no bairro Mundo Novo
19 e 20 de Novembro – 3ª Feira do Empreendedor Preto, no Centro Social Urbano do Parque Dez, a partir das 10h
22 a 24 de novembro – 7ª Edição Consciência Negra na Comunidade, no Tribunal Regional do Trabalho 11ª Região, avenida Tefé, 930, Praça 14
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