Em tempos de Expoacre Juruá, Cruzeiro do Sul cheia de turistas e profissionais que atuam nos mais diversos segmentos da economia e da governança estadual trabalhando na região, conhecer um pouco de suas belezas e encantos é um refrigério e oportunidade de descanso nas poucas horas de lazer disponível. E um dos locais favoritos para conhecer é o rio Croa.
O Croa é um rio atípico se comparado aos rios locais, pois mais se parece um lago e isso se deu por conta de um fenômeno ocorrido na década de 1990, quando as águas do Juruá, mudaram seu curso por conta de um desbarrancamento que deixou de represar água para o Croa no período de cheia.
Por isso, se você visitar o Croa e ouvir um morador local chamar o lugar de lago, não se espante. E o que não falta pelo Croa nesses dias são visitantes. Lá, a Expoacre Juruá também está movimentando a economia.
Com cinco restaurantes e pousadas, o Croa oferece espaços de lazer e conexão com a floresta e seus encantos. Não os encantos das cerimônias das religiões ayahuasqueiras que estão baseadas por lá. Durante o dia, os turistas preferem encomendar nos restaurantes um peixe recém pescado, uma galinha caipira do quintal, deitar na rede e aproveitar o vento e temperatura da floresta ou um passeio nas trilhas das samaúmas.
A bióloga Luana Michele Souza visitou o Croa pela primeira vez com o marido. Ela veio de Rio Branco para a Expoacre Juruá e não se arrepende do passeio.
“Estou maravilhada. Não conhecia o Croa, mas sempre via fotos de amigos e agora fiz questão de vir”, disse ela que além de almoçar, fez questão de conhecer as trilhas da Samaúma. “Sinto falta de lugares assim. Gosto muito de aproveitar a nossa floresta e em Rio Branco falta lugares assim”, conta Luana, que já quer divulgar tudo que viu para que outras pessoas conheçam o lugar.
Lugar onde a professora aposentada Francisca da Silva Barros, que todos conhecem como Dona Chaguinha, mora desde 1981. Ali ajudou a alfabetizar a maioria dos moradores que hoje trabalham no turismo do Croa. Ela explica que gosta da movimentação, se preocupa com a deterioração do meio ambiente, mas reconhece que os resultados são positivos para os moradores.
A própria Dona Chaguinha, doceira de mão cheia, é outra beneficiária do turismo. Aos 71 anos ela visita o restaurante de uma amiga todos os dias levando bolo de macaxeira, tortas e pudim. “Antes o clima era melhor e a gente tinha mais peixe. Mas isso é reflexo da modernidade”, diz antes de embarcar em sua canoa e ligar o motor de popa. “Essa canoa é minha hilux. Vou e venho todos os dias. Tenho medo de dirigir carro, mas minha canoa eu dirijo bem”, afirmou.
Quem também dirige bem o seu negócio no Croa é Pedro Paulo Lima da Costa, o Nunga, dono das terras onde fica a Samaúma mais famosa do rio. Lá já recebeu pessoas de todos os continentes para a famosa foto abraçando a árvore. “Estou aqui há 11 anos, mas a Samaúma ficou famosa faz uns sete anos, depois que o Marcão (fotojornalista Marcos Vicentti) fez uma foto aqui”, relata ele, que cobra uma taxa de R$ 5,00 para tirar as fotos dos turistas e agradece à movimentação gerada pela Expoacre Juruá.
Nunga nasceu no Croa e de lá não quer sair. A taxa que cobra pelas fotos é para “contribuir com a limpeza e preservação”, do local e assim garantir que as futuras gerações tenham acesso às belezas naturais do lugar.
Segundo ele, setembro é o melhor mês para os negócios, por causa do famoso tapete verde com plantas aquáticas que se estende principalmente na frente de sua propriedade. Lá tem turista quase toda semana, mas em tempos de Expoacre Juruá chega a faturar R$ 180,00 por dia.
O rio Croa está localizado na zona rural de Cruzeiro do Sul e, graças aos investimentos do governo do Acre e da prefeitura local, a região é de fácil acesso e tem Wi-Fi livre para todos.
Para chegar ao Porto do Croa, saindo de Cruzeiro do Sul, são 22 km pela BR-364, que está asfaltada e em excelentes condições de trafegabilidade.
Há várias opções para se chegar lá. Se alugou carro, vá tranquilo, pois a sinalização facilita o acesso. Se estiver em grupo, alugue uma Van. Viagem ida e volta custa em média R$ 25,00 por pessoas na Van. E tem a opção de ir de Uber.
No Porto tem canoa à disposição do turista e cada visitante paga R$ 20,00 pelo passeio nas embarcações. Os guias, essa é a melhor parte, são moradores da comunidade que te contam tudo que você precisa saber sobre o lugar e te levam às pousadas, restaurantes e, se a viagem for em setembro, ao tapete verde.
Uma dica valiosa: ligue antes e encomende sua comida ou espaço nos chalés. Isso garante um serviço mais rápido e eficiente na hora da alimentação.
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